A busca pelo significado do Ramadan
{Ó humanos, sois vós que necessitais de Deus, porque Deus é, por Si, o Opulento, o Laudabilíssimo.}

O Ramadan no momento que estamos vivendo, pode ser dividido pela felicidade daqueles que podem se reunir com suas famílias, e daqueles que estão em isolamento do restante da sociedade e já não compartilham a mesa, as conversam e as orações em congregação.
É verdade que podemos ficar em frente a uma mesa, um balcão, uma máquina, ou o que quer que seja que nos forneça sustento, e sentir que nenhum de nossos colegas entende o que estamos passando. Podemos passar horas nesta fome solitária e exaustão. Nossas mentes podem até nos enganar para pensar que isso é demais para nós.
Mas Allah diz: {Deus não impõe a nenhuma alma uma carga superior às suas forças…} [Alcorão 2:286]
E sabemos que após os 30 dias do Ramadan estaremos vivos e bem, em alto astral, e – in sha Allah (com a permissão de Allah) – teremos aprendido várias lições.
Então, é possível adotarmos um método para nos ajudar a superar este período de adversidade, e superá-lo tendo encontrado sentido em cada passo do caminho. É muito simples: seja uma formiga.
Além da complexidade de seus hábitos de vida e das capacidades de seu corpo, a formiga tem uma característica muito evidente e marcante que é visível para qualquer pessoa que tenha passado tempo observando estas criaturas surpreendentes: sua determinação, que se manifesta através de sua busca vigorosa de seus objetivos, seus riscos calculados contra as probabilidades negativas e sua habilidade incomum de se adaptar às condições em mudança. Estas características da formiga inspiraram um escritor a uma parábola pela qual podemos nos comparar e aprender algo significativo neste Ramadan:
“Um ser humano, em seu esforço de distanciar-se dos extremos opostos (de excesso e deficiência na religião) voltando ao centro, pode ser comparado a uma formiga jogada no centro de um anel aquecido em fogo e colocado sobre a terra: ela fugirá do calor do anel que a cerca, mas, sendo incapaz de escapar, continuará caminhando até descansar no centro (se tiver que morrer, morrerá lá), porque o centro é o ponto mais distante do calor do anel que a cerca”.
Ainda diz: “Os desejos do homem o rodeiam, assim como o anel quente rodeia a formiga”. Estas são as maneiras pelas quais Allah, Glorificado seja, nos testa, como Ele diz: {Que criou a vida e a morte, para testar quem de vós melhor se comporta – porque é o Poderoso, o Indulgentíssimo…} [Alcorão 67:2].
E explica: “A área fora do anel representa o estado dos anjos, que não são limitados pelos desejos humanos ou pela necessidade de contradizer as regras divinas – um estado que os seres humanos jamais atingirão por causa da natureza que Allah criou. Assim como a formiga se esforça para sair do circulo, mas não pode, nós também tentamos nos libertar das limitações de nossos desejos malignos, mas não podemos por causa do próprio estado em que Allah nos criou. As formigas circulam ao redor, e nós também. Ela queima nas bordas do anel, e nós queimamos de novo e de novo fazendo o que é contra as ordens de Allah.”
Ao jejuarmos este Ramadan, não devemos buscar a paz no final do mês, como muitos de nós, mas em um processo de compreensão e conhecimento sobre a busca de toda a humanidade para alcançar um caminho intermediário através de suas ações. Nossos conhecidos não-muçulmanos podem permanecer alheios ao que passamos para ganhar o favor do Sustentador do universo, mas na realidade não podemos permanecer alheios ao que toda a humanidade passa tentando encontrar a última e eterna satisfação. O Ramadan não se trata de ficar solidário apenas com os famintos, mas de ser solidário com toda a humanidade; pois apesar do conforto material que alguns podem ter, todos são pobres e necessitados perante Allah. O Alcorão diz:
{Ó humanos, sois vós que necessitais de Deus, porque Deus é, por Si, o Opulento, o Laudabilíssimo.} [Alcorão 35:15].




