O testemunho de fé (Shahadah)

O Islam fez a frase do monoteísmo – não há divindade além de Deus, ocupar o status mais alto:

É o primeiro dever de um muçulmano, e quem quiser se converter ao Islam acreditar nessa frase e expressá-la oralmente.

E quem professa essa frase, acreditando nela, buscando o amor de Deus, tem nela uma das ferramentas para se livrar do fogo do inferno, como o Profeta, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse: “…porque Deus proibiu para o Inferno aqueles que dizem que não há divindade senão Deus, buscando com isso o amor de Deus.” (Al Bukhari 415)

E quem morre, crendo nessa frase é um dos que habitarão o Paraíso, como o Profeta, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse: “Quem morre sabendo que não há divindade senão Deus entrará no Paraíso”. (Ahmad 464)

Portanto, a necessidade de saber que não há divindade, exceto Deus é o dever maior e mais importante do muçulmano.

O significado de “não há divindade além Deus”:

Este é o testemunho de fé e significa “Nada tem o direito de ser adorado exceto Allah”. Nesta frase se encontra uma negação de cultuar outra coisa que não seja Allah e sua afirmação com respeito a Ele exclusivamente. Disse Allah, o Altíssimo: {Saiba pois (Ó Muhammad) que nada tem o direito da adoração exceto Allah} [Alcorão Sagrado 47:19]

Ou seja, não há nada a ser adorado verdadeiramente, senão Deus. É a negação da divindade de qualquer outra coisa que não Deus, Louvado e Exaltado seja Ele, e a confirmação que somente a Deus se atribui a divindade, sem atribuí-la a nada ou a ninguém mais.

O divino: a divindade à qual os corações se sujeitam a Ele, para que O glorifiquem, clamem por Ele, O temam e tenham esperança nEle.

Quem se submete a algo, se curva a ele e o ama e espera por ele, ele o considera uma divindade a ser adorada; e todas essas as outras divindades são falsas, exceto uma. Ele é o Criador, o Deus Louvado seja, o Altíssimo.

Ele é o Glorificado seja, o Altíssimo, que merece adoração sem nada mais, e é aquele que é adorado pelos corações com amor, reverência e respeito, humilhação, submissão, medo, confiança Nele e súplica a Ele. Para Ele, a adoração deve ser devotada, Glorificado seja o Altíssimo, disse: {E não os foi ordenado senão que adorassem a Deus, religiosamente e com sinceridade.} [Alcorão 98:4]

E quem adora a Deus, o Altíssimo, sinceramente, confirmando o significado de que não há divindade senão Ele, alcançará grande felicidade, alegria e uma vida decente, boa e tranquila, só pelo fato de ter Deus como Único, nos seus atos de adoração. Diz Deus, o Altíssimo: {A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for um crente, concederemos uma vida agradável.} [Alcorão 16:97]

Allah (Deus escrito em árabe)

Os pilares de “Não há divindade a não ser Deus”

Estas palavras grandiosas, tem dois pilares que devem ser bem conhecidos para que seus significados e requisitos sejam claros:

1 – O primeiro pilar: “Não há divindade” é a negação da adoração de qualquer coisa que não seja Deus, o Altíssimo, a anulação do politeísmo e a necessidade de descrença em tudo o que é adorado além de Deus, seja um ser humano, um animal, um ídolo, um planeta ou qualquer outra coisa.

2 – O segundo pilar: “a não ser Deus” é a prova de que a adoração se deve unicamente a Deus, Louvado seja, em todas as suas formas, como oração, súplica e a confiança depositada Nele.

E todos os tipos de adoração não são dedicados senão a Deus, sem parceiros. Quem dedica algum tipo de adoração a alguém, ou algo, que não seja Deus, atribui semelhantes a Ele, e é considerado um politeísta.

Como diz Deus no Alcorão: {Quem invocar outra divindade junto a Deus, não tem base para isso, e saiba que a sua prestação de contas incumbirá somente ao seu Senhor. Sabei que os incrédulos jamais prosperarão.} [Alcorão 23:117]

O significado dessas palavras vieram nas palavras de Deus no Alcorão: {Quem renegar tudo o que é adorado a parte de Deus, e Nele crer, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo.} [Alcorão 2:256]

O que diz Deus em: “Quem renegar tudo o que é adorado a parte de Deus” se refere ao primeiro pilar, e: “Nele crer” se refere ao segundo pilar que citamos acima.

O testemunho de que Muhammad é o mensageiro de Deus:

Esta declaração compreende a crença de que Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele) foi enviado como Mensageiro por Allah e que nos informou com a verdade. Por isso lhe obedecemos em tudo o que nos ordenou, nos abstemos do que ele proibiu e rendemos nosso culto a Allah da maneira que ele prescreveu.

Conhecer o Profeta que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele:

1 – Seu nascimento

Ele nasceu no ano de 570 da era crista, órfão de pai e perdeu sua mãe ainda muito pequeno. Foi criado então pelo seu avô Abdul Muttalib e então por seu tio Abu Tálib que sempre o protegeu e o defendeu.

2 – Onde viveu e cresceu:

Viveu entre sua tribo, Quraish, por 40 anos antes da revelação (570 – 610). Sempre foi um exemplo de conduta, moralidade, integralidade e era conhecido como “As- Sádiq Al Amin” (O veraz, o confiável) e trabalhava como pastor e depois no comércio.

O Mensageiro de Deus antes do Islam era um “hanif”, adorando a Deus como ensinava a religião de Abraão e rejeitando a idolatria e as práticas pagãs.

3 – A revelação

Depois que o Mensageiro de Deus, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), completou quarenta anos, estava meditando e adorando a Deus na caverna de Hira na Montanha da Luz, próximo a Meca, a revelação veio de Deus e o Alcorão foi revelado a ele.

O primeiro do que foi revelado a ele no Alcorão foi a ordem de Deus, o Altíssimo: {Leia, em nome do Senhor que te criou.} [Alcorão 96:1] anunciando que, desde o início, esta missão seria uma nova era de conhecimento, leitura, luz e orientação para as pessoas, e ela continuaria a ser revelada no Alcorão por vinte e três anos.

4 – O início de sua pregação

O Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) começou a chamar as pessoas para a religião de Deus secretamente por três anos. Logo ele a fez pública e a todos por mais dez anos, nos quais o Mensageiro de Deus e seus companheiros enfrentaram os tipos mais severos de perseguição e injustiça de sua tribo, Quraish.

Ele então apresentou o Islam às tribos que vinham em peregrinação e dentre elas, o povo de Madinah a aceitou, e a imigração dos crentes começou pouco a pouco para aquela localidade.

5 – A imigração.

O Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) imigrou para Medina, chamada de Yathrib naquela época em (622 DC), com a idade de cinquenta e três anos, depois que os líderes coraixitas que se opuseram a seu chamado conspiraram contra ele e tentaram matá-lo. Lá ele viveu por dez anos, pregando o Islam, as orações, o zakat e o restante das leis islâmicas.

6 – A expansão do Islam

O Profeta de Deus (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) estabeleceu o núcleo da civilização islâmica em Medina após sua imigração (622-632 DC) e estabeleceu os marcos da comunidade muçulmana. Aboliu o racismo entre os clãs e difundiu o conhecimento. Estabeleceu os princípios de justiça, integridade, fraternidade, cooperação e ordem, e, ainda assim, alguns clãs tentaram erradicar o Islam, e por isso alguns conflitos aconteceram, mas Deus concedeu a vitória à Sua religião e ao Seu Profeta. As pessoas continuaram a aceitar o Islam chegando a Meca e a outras cidades na região da península arábica, sempre por livre escolha e com certeza da veracidade dessa extraordinária religião.

7 – Sua  morte.

No mês lunar de Safar, no décimo primeiro ano da imigração do Profeta e seus companheiros de Meca a Madina a mensagem foi a totalmente comunicada e o que lhe foi confiado foi entregue. Nesta data, Deus completou sua bênção sobre os povos, e nesta data, o Profeta foi acometido de uma grave doença, e numa segunda feira do mês de Rabi’Al Awwal do décimo primeiro ano de sua imigração, (08/06/632 AD) a febre que o acometia se agravou e ele veio a falecer com 63 anos de idade.

Ele foi enterrado onde vivia uma de suas esposas, Aisha, ao lado de sua mesquita.

Que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele.

O nome do nosso Profeta:

Muhammad filho de Abdullah filho de Abdul Mutállib filho de Háchim do clã dos Quraish

Ele tinha a melhor descendência dentre os árabes, que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele.

Um Profeta de Deus para toda a humanidade:

Deus enviou nosso Profeta Muhammad, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), a todas as pessoas de todas as raças e etnias, e obedecê-lo é uma obrigação de todos. Diz Deus, o Altíssimo: {Diga, (ó Profeta): Ó povo! Eu sou o mensageiro de Deus para todos vocês!} [Alcorão 7:158]

A ele foi revelado o Alcorão:

Deus revelou a Muhammad, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) o maior de seus livros, o Alcorão, cuja falsidade não o afeta de nenhuma forma.

O sêlo dos Profetas e mensageiros:

Deus enviou Muhammad, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele), sendo o sêlo dos Profetas, de forma que nenhum Profeta virá depois dele. Diz Deus, o Altíssimo: {… na verdade ele é o mensageiro de Deus e o sêlo dos Profetas.} [Alcorão 33:40]

O significado do testemunho de que Muhammad é o Mensageiro de Deus:

É acreditar em suas palavras, obedecer suas ordens, aceitar suas proibições e adorar a Deus de acordo com o que foi revelado a ele da maneira que ele nos ensinou (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele).

O que engloba minha crença de que Muhammad é o mensageiro de Deus?

1 – Confirmar o que ele nos relatou, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) nos mais diversos assuntos, incluindo:

– Questões relacionadas ao incogniscível, ao Dia do Juízo, ao paraíso e seus deleites e ao inferno e seus tormentos.

– O que acontecerá no Dia da Ressurreição e seus sinais, e o que acontecerá no final dos tempos.

– Relatos sobre povos que nos antecederam nessa vida e o que aconteceu entre os Profetas, (que a paz esteja com eles) e seus povos que os seguiram.

2 – Obedecer suas ordens e deixar o que ele proibiu, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele). E isso inclui:

– Obedecer o que nos foi por ele ordenado (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) com a certeza de que ele não expressa seus próprios desejos. Pelo contrário, é uma revelação de Deus, o Altíssimo, como Ele mesmo revela: {E aquele que obedece ao Profeta está, na verdade, obedecendo a Deus.} [Alcorão 4:80]

– Evitando as coisas que ele nos proibiu, os maus modos e comportamentos prejudiciais e crer que a prevenção dessas coisas está baseada na sabedoria que Deus, e que elas existem para o nosso benefício, embora tal sabedoria possa não estar aparente para nós.

– Estar certo de que a obediência às suas ordens e ensinamentos resulta benefícios e felicidade nessa vida e na próxima. Diz Deus, o Altíssimo: {Obedeçam a Deus e obedeçam ao Profeta, desta forma a misericórdia cairá sobre vocês.} [Alcorão 3:132]

– Crer que quem vai de contra a uma ordem do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) merece um doloroso castigo como diz Deus, o Altíssimo: {Que temam, aqueles que desobedecem às ordens do Mensageiro, que lhes sobrevenha uma provação ou lhes açoite um doloroso castigo.} [Alcorão 24:63]

3 – Não adoramos a Deus, exceto de acordo com o que o Profeta, (que a paz e as bênçãos de Deus esteja com ele), legislou para nós. Isso inclui uma série de questões que devem ser enfatizadas:

– Fazer exatamente como ele fazia: A “sunnah” do mensageiro de Deus, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), sua orientação e sua vida com todas as suas palavras, ações, aprovações e determinações é um exemplo para nós em todos os assuntos de nossas vidas, e o servo mais se aproxima de seu Senhor quanto mais ele segue a “sunnah” do Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele). Diz Deus, o Altíssimo: {Diga (ó Muhammad): se verdadeiramente amais a Deus, segui-me; Deus vos amará e perdoará as vossas faltas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.} [Alcorão 3:31]

– Os ensinamentos são completos: O mensageiro de Deus, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), nos ensinou a religião e as leis de forma completa e inalterada, por isso não é permitido a ninguém realizar um ato de adoração que senão como o mensageiro de Deus (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) nos ensinou.

– A lei de Deus é válida para todas as épocas e lugares: as regras da religião e as leis que vêm no Livro de Deus e na “sunnah” do mensageiro de Deus, (que Deus o abençoe e lhe dê paz), são válidas para todas épocas e lugares, pois ninguém sabe mais sobre os benefícios pra a humanidade do que Aquele que a criou e a fez existir do mais absoluto nada.

– Concordância com a “sunnah”: é necessário para a aceitação dos atos de adoração, a sinceridade nas intenções para Deus, o Altíssimo e que o culto esteja de acordo com o que o mensageiro de Deus, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), prescreveu para nós, como disse Deus no Alcorão: {… então, quem espera comparecer ante seu Senhor que pratique o bem e não associe ninguém quando em adoração a Ele}, onde “praticar o bem” significa “praticar o que é correto”, de acordo com a “sunnah” do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele).

– A proibição de inovar em temas religiosos: quem realiza um ato de adoração que não é da “sunnah” do Profeta Muhammad, (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), e deseja adorar a Deus dessa forma, como aquele que realiza uma a oração do meio-dia de uma forma não prevista pelos ensinamentos do Islam; está praticando o contrário do que foi revelado e ensinado e está pecando por essa ação, e essa oração não será aceita. Disse Deus, o Altíssimo: {Que temam, aqueles que desobedecem às ordens do Mensageiro, que lhes sobrevenha uma provação ou lhes açoite um doloroso castigo.} [Alcorão 24:63] E disse o Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) disse: “Aquele que inovar na nossa religião, seus atos não serão aceitos (por Deus)”. (Bukhari 255 e Muslim 1718)

4 – O amor ao Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele)

É necessário acreditar no Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) e que Deus e Seu mensageiro sejam mais queridos para ele do que qualquer outra coisa, como o Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele), disse: “Nenhum de vocês crê genuinamente até que eu seja mais querido para ele do que seu pai, seu filho e todas as outras pessoas.” (Bukhari 15 e Muslim 44)

AnteriorPróximo

Botão Voltar ao topo